Pêlos no Sofá: Penguin Love (O Pinguim-Imperador).

“Penguin Love” (amor de pingüim) é uma expressão que significa “um amor para a vida inteira”, e provavelmente foi criada por causa desta espécie de pingüins:

Você deve conhecê-los do Happy Feet

O Pingüim-imperador (Aptenodytes forsteri) é a maior espécie da família dos pingüins. Como a maioria dos pingüins, seu habitat é na Antártida (ou Antártica - a cerveja tem um pingüim como símbolo), inclusive, os machos dessa espécie são um dos poucos animais que passam o inverno na Antártida, enquanto a maioria migra para a costa e regiões mais quentes. Isso os qualifica como muito machos MESMO, já que a temperatura no interior do continente pode chegar até -89,2°C (menor temperatura já registrada no mundo).

Foi dito por um explorador da Antártida, o Sr. “Apsley Cherry-Garrard”, que ainda é desconhecido um ser que tenha uma vida mais difícil que a do pingüim-imperador. Com muita probabilidade de acerto, isso foi dito devido às características árduas de seu processo reprodutivo, que faz com que eles percam vários quilos no processo.

Tudo começa quando os penguins de ambos os sexos emitem chamados de acasalamento, e cada chamado tem um tom e timbre diferentes que representa uma parte importante do processo. Também há uma intensa disputa por machos, já que as fêmeas representam cerca de 60,5% da população de pingüins imperadores. Mas calma lá, então é bom ser um pingüim-impegador?

Opa! Como eu faço?

Pense de novo companheiro fornicador! O detalhe é que após a postura do ovo, a fêmea fica exausta e sem energias, então ela transfere o ovo para o macho e parte imediatamente para o mar onde é mais quente (entenda-se menos frio) e ela pode pescar, se alimentar à vontade, ~~e fofocar com as amigas~~ e recuperar suas energias.

Enquanto isso, o macho tem que agüentar uma temperatura média de quarenta graus negativos e ventos de 200km/h enquanto incuba um ovo do tamanho de uma pêra, durante um pouco mais de dois meses até que o filhote saia. A esta altura o macho já está a cerca de 115 dias no meio do gelo, sem comida, com um filho pra criar e com uma mulher que só Deus sabe o que está fazendo. Além de tudo, se a fêmea não aparecer tão cedo, o macho alimentará o filhote com uma secreção produzida em seu esôfago por até 10 dias.

Calma Sr. Pinguim. Ela vai voltar!

Felizmente para o macho, essa espécie é monógama, então ele não vai ser um pai solteiro e faminto. Porém (para a tristeza dos românticos), para a maioria dos pinguins a monogamia é apenas durante a época de reprodução e não para a vida toda. Ainda assim, 4.9% dos casais ainda estarão juntos durante o terceiro ano, e eles conseguem se encontrar no meio de uma multidão de pingüins, o que é um dos momentos mais românticos da natureza.

Depois disso, até minha bota!

Quando a fêmea retorna, já na primavera, eles trocam de lugar para que a fêmea cuide do filhote e o macho possa ir ao mar se alimentar. Quase como se a natureza sentisse pena do pobre pingüim macho, a viagem será mais rápida, já que com a chegada da primavera o gelo derrete e a distancia até mar fica menor. Ambos ficam se revezando na tarefa de cuidar do filhote até que este tenha cerca de 150 dias.

No ano seguinte, o ciclo recomeça e os pingüins se apaixonam novamente, muitos por um parceiro diferente, mas alguns, após uma longa procura, re-encontrarão o mesmo parceiro do ano anterior e passarão pelas mesmas dificuldades juntos.